No verão, período em que tradicionalmente muitas pessoas entram em férias, o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) volta a ser tema de discussão e reclamação no Município. Enquanto o tema foi discutido na Câmara de Vereadores, a população também reclamou da demora no atendimento devido a falta de pessoal. Ao DP, a Prefeitura afirmou que não há nenhuma UBS desassistida e explicou como funcionam as escalas de médicos neste período.

Na UBS Santa Terezinha, uma das usuárias afirma que foram dias para garantir o atendimento necessário. “Primeiro dia que eu fui, cheguei às 10h40 e consegui ser atendida. Quando fui levar o exame, que paguei particular porque a médica tinha pedido com urgência, não consegui porque disseram que tinha que ter ido mais cedo. No outro dia, a médica tinha entrado de férias. É umas coisas que não têm explicação”, desabafa Sabrina Costa, 57. No fim, ela, que buscava atendimento para o marido, que sofre com uma hérnia umbilical, conseguiu o encaminhamento necessário dias depois por outro profissional.

Já na UBS Simões Lopes, uma das unidades mencionadas na discussão da sessão representativa na última terça-feira na Câmara, outro usuário também reclamou da demora. “Moro aqui na Ceval e tenho que tirar remédios aqui, é uma demora. É a quarta vez que venho para tentar pegar receita”, diz ele. Por lá, a farmácia local está fechada por conta das férias de parte da equipe e os usuários são orientados a retirar medicamentos diretamente na Farmácia Municipal. Segundo relatos, houve um período sem atendimento médico por conta de férias de um dos três profissionais da equipe, mas o atendimento já está normalizado.

Organização do serviço

Através da assessoria de comunicação, a diretora de Atenção Especializada e Hospitalar da Secretaria de Saúde, Caroline Hoffmann, explicou que nas UBSs vinculadas à Estratégia da Saúde da Família (ESF), existem médicos vinculados ao Programa Mais Médicos Pelo Brasil ou concursados que devem trabalhar todos os dias e turnos em que o serviço permanece aberto. Nas unidades tradicionais (não-ESF), como as duas mencionadas na reportagem, alguns médicos não dispõem de todos os turnos para atendimento, mas procura-se manter todos os dias e turnos cobertos, contudo nem sempre é possível devido a incompatibilidade de horários.

“Neste momento, não há UBS sem médico. Na eventualidade de algum profissional faltar, busca-se o encaminhamento para outra UBS pertencente ao mesmo distrito. Se o médico se afastar por férias ou doença, busca-se o remanejo de profissionais. A comunidade sempre deve buscar a sua UBS de referência ou a mais próxima de sua residência”, diz. A diretora também afirmou que existe seleção pública aberta para contratação de médicos que possam suprir eventuais carências por férias e atestados.